Deputado cria projeto de lei para criminalizar gêneros musicais: 'uma forma de garantir a saúde mental das famílias'

Músicas de metal, punk, hip-hop, funk e outros gêneros, podem ser enquadrados como crime

O deputado federal Charlles Evangelista (PSL-MG) apresentou um projeto de lei para tipificar como crime “qualquer estilo musical que contenha expressões pejorativas ou ofensivas”. Na justificativa, os temas incluídos são o estímulo ao uso e tráfico de drogas e armas, pornografia, pedofilia ou estupro, ofensas à imagem da mulher e o ódio à polícia.

Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados
Na PL 5194/2019 do parlamentar, tanto o compositor quanto os músicos serão incriminados. Ele explica:

“Este projeto de lei se baseia no fato de haver um grande desrespeito a moral pública, causado quando há a reprodução de canções que contenham expressões pejorativas ou ofensivas em ambientes públicos. O mal-estar se deve ao conteúdo explícito das letras, que abordam temas de cunho sexual e, por vezes, fazem apologia a crimes. Desse modo, a criminalização de estilos musicais nesse sentido seria uma forma de garantir a saúde mental das famílias e principalmente de crianças e adolescentes que ainda não tem o discernimento necessário para diferenciar o real do imaginário.”

Casos análogos

Em meados de 2017, o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), propôs mudança no artigo 74 da Lei de número 8.069, que visava proibir a “profanação de símbolos religiosos” em filmes, jogos e shows.

A ação abria precedente para censurar shows de bandas de rock que usam alegorias que poderiam ser vistas como "ofensivas" por religiosos.

Ainda no mesmo ano, o senador Romário Faria (PSB-RJ) convocou alguns artistas famosos de funk para uma audiência pública para avaliar a ideia de criminalizar o estilo musical. Contrário à proposta, ele se definiu como “um carioca nato e um eterno funkeiro”. O autor da ideia da lei foi o empresário Marcelo Alonso, que teve uma página do Facebook contra o funk suspensa pela rede social.

A comissão de Direitos Humanos e a Legislação Participativa do Senado rejeitaram tal proposta.

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