Proposta quer transformar data da morte de Alex 'Bucho' em Dia Nacional do Grindcore

 

Alex "Bucho" em ação com seu baixo. Crédito: Acervo Pessoal

Adesão em massa da cena extrema reforça respeito à memória do músico que morreu nesta quarta, 7

Vítima de complicações do Covid-19, Alex "Bucho" pode ser homenageado com data comemorativa. De acordo com a página Brasil Underground, Cassio Torres, fundador da Patch Custom e fã do músico, criou uma ação que pretende instaurar o Dia Nacional do Grindcore

No primeiro momento está sendo movimentada uma corrente de compartilhamentos nas redes sociais com a hashtag #DiaNacionalDoGrindcore, mas a ideia é chegar com a proposta na esfera pública.

"Estamos correndo para tentar oficializar essa data a nível nacional, para isso precisamos de apoio em várias questões para que o projeto chegue ao Congresso. Já temos várias informações de como proceder", diz trecho da publicação.

Para que a data seja oficializada no Calendário Brasileiro de Efemérides, é necessário encaminhar ao Senado Federal uma Sugestão Legislativa. Posteriormente poderá ser discutida pelo Poder Legislativo para ser votada e aprovada.

Alex "Bucho" faleceu no dia 07/04/2021 aos 50 anos e é lembrado como um dos percussores do gênero grindcore no Brasil, além de ter sido muito atuante na cena underground mundial. Conduziu a loja virtual Bucho Discos, uma das referências na disseminação de som, e fez parte das bandas ROT, Bandanos, Warhate, Social Chaos e Cruel Face.




Black metal não surgiu para agradar. Esquecemos disso.

(Foto: Divulgação/Darkthrone)

Por vezes caímos na redundância de criar ruptura em algo naturalmente fragmentado. Se pudéssemos colocar o black metal dentro de um espectro salutar, jamais caberia. Digo isto pois há valores que acabam por moldar visões que jamais entrariam no black metal se ele parasse no tempo como em um sepulcro inócuo. Há várias negações que fazem esta cena construir seus próprios nichos na escuridão. 

Não quero entrar no mérito de dizer o que é certo ou o que é errado, porque é da individualidade do black metal que projetamos as nossas convicções. Esta parece ser a base mais complexa da discussão do comportamento ético e moral dentro da subcultura.

Se por um lado temos o black metal orgulhoso de sua ancestralidade pagã e que renega a invasão cristã como ponto focal de suas discussões, do outro há o metal negro que refuta qualquer orgulho e manifesta-se em ir contra qualquer projeção racialista. Ainda temos o black metal niilista que renega até a si mesmo e também o metal obscuro severamente depressivo que vê apenas um vácuo de melancolia na existência.

Cabe a quem insere-se nesta proposta, seja apenas como apreciador ou como propagador, escolher o que quer ouvir ou que ideia de mundo tem mais a ver com seus princípios. É a liberdade.

Black metal é um espaço de antagonistas. É esta a eterna maldição que lhe foi depositada e o torna tão morbífico.