O Violator não está na zona de conforto e isso incomoda muita gente na cena Metal

O Violator compartilhou um vídeo (CLIQUE AQUI PARA VER) em que o vocalista e guitarrista Pedro Poney reforça o posicionamento da banda contra a onda conservadora que se espalha no país. Gravado por uma fã durante apresentação em um festival em Santa Catarina, no início deste mês, no vídeo o vocalista diz que escolheu “ficar do lado dos gays, das mulheres, dos pobres, dos negros”. As reações do público apontaram algumas contestações que foram sobrepostas por fãs que ovacionaram o discurso.

O posicionamento do Violator tem causado uma ruptura entre fãs do estilo musical, que não estão tolerando o engajamento social que os músicos têm discursado. Porém, as letras da banda já incitavam seu posicionamento libertário desde o início, como em sua primeira demo Killer Instinct, de 2002, em que há uma crítica na submissão do homem perante líderes, conforme disposta na faixa Slave Machine.

Conforme os lançamentos da banda nestes 14 anos de estrada, é possível perceber um natural amadurecimento que se propôs a apontar reais problemas em caráter mais incisivo. A capa do segundo e mais recente disco Scenarios of Brutallity, lançado em 2013, é um exemplo onde se apresenta a imagem da repressão ilustrada em autoridades que compactuam com a violência urbana. Também há uma crítica forte ao racismo em Colors of Hate, a sétima faixa do artefato, além de outras mensagens diretas contra as repressões da instituição policial e até mesmo uma análise sobre a visão burguesa perante a sociedade marginalizada. 

Mas ao que parece, alguns seguidores do Violator em todo esse período nunca procuraram ver suas letras ou pesquisar as origens contraculturais do Metal e suas raízes com a cena Punk. Quando os brasilienses postaram no perfil oficial da banda a emblemática frase “Foda-se Jair Messias Bolsonaro”, junto a uma foto de Poney com os dedos do meio em riste, o público fã da banda se dividiu. Bolsonaro é um dos nomes mais fortes do conservadorismo brasileiro. Cristão, homofóbico, anti-imigrantes e popular entre radicais de direita, o deputado federal é um dos aspirantes às eleições presidenciais de 2018.

Repercussão provocou debates entre fãs e apoiadores do político conservador (Reprodução)
Desde 2015 se vê pelas redes sociais do Violator atitudes que vão contra o poder reacionário. Em 26 de junho do ano passado, eles também abraçaram o movimento de apoio à luta pela igualdade de direitos e a causa do movimento de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais (LGBT), incluindo as cores do arco íris junto a logo da banda, em alusão à inciativa lançada pelo Facebook em meio à legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo pela Suprema Corte dos Estados Unidos, e a comemoração do Orgulho Gay pelo mundo.

Banda ironiza comentário de fã postando foto de Rob Halford, homossexual influente no Metal (Reprodução)
Por ser uma banda popular dentro do cenário Metal, o Violator mostra respeito a seus fãs que se engajam na mesma luta, sem medo de ser repudiada por uma parte cuja visão se distanciou dos princípios de liberdade. O underground headbanger também já dá indícios de maturidade, porém, a maior parte das bandas de Metal populares do Brasil ainda não se manifestaram de forma explícita. Enquanto isso não acontece, os conservadores permanecem sendo a contradição do conceito de bom senso, apoiando políticos e influentes de estreitamento com as ditas bancadas da "Bíblia, Bala e Boi". Se para alguns, existe uma parede que divide os posicionamentos políticos, vida social e cena, para outros a música é parte do modo de vida de acordo com os ideais e a construção social.

Cólera se apresenta em lançamento de coletânea de bandas punks no RJ

Comemorando 29 anos do lançamento do EP É Natal!!?, o Cólera vem ao Rio de Janeiro neste sábado, 10, se apresentar com mais 15 bandas punks convidadas em festival que promete anarquizar a zona norte carioca. O evento também marca o lançamento da coletânea Punk em RJ e o CD poderá ser adquirido no local mediante troca por 5KG de arroz, que será doado para a creche Recanto da Criança Feliz, que fica no Complexo da Maré. As apresentações começam a partir das 15h, no Subúrbio Alternativo, em Brás de Pina.

(Divulgação)
A coletânea Punk em RJ reúne 18 bandas do Rio de Janeiro que se uniram para dividir os custos de gravações e prensagem do CD. Dentre bandas antigas e bandas mais recentes, participam Indigentes, Inércia, Lacrau, Regime Obrigatório, Anti-Parasitas, Repressão Social, Remanescentes, Protesto Suburbano, Mundo no Kaos, Espermogramix, Sem Nada, Revolto, Pós-Sismo, Sub Atitude, Proletário, Kaos Urbano, Pacto Social e Desvio de Conduta.

Fundado em 1979, Cólera foi um dos pioneiros a relatar a realidade das periferias brasileiras para o mundo. Permanece forte e segue em frente mesmo após a morte do vocalista Redson Pozzi, em 2011. Suas temáticas também abordam questões antimilitaristas e ecológicas nas letras. Neste show a banda promete tocar clássicos como TV, Funcionários, Pela Paz, Adolescente, dentre outros.

SERVIÇO
FESTIVAL SUBÚRBIO PUNK - Lançamento da coletânea PUNK em RJ
Sábado, 10 de dezembro de 2016, a partir das 15 horas
Entrada franca com oportunidade de contribuição voluntária

BANDAS E HORÁRIOS

16h     Inércia 
16h30 Regime Obrigatório
17h     Sub-Atitude
17h30 Mundo no Kaos
18h     Repressão Social
18h30 D.D.C. (Desvio de conduta)
19h     Proletário
19h30 Lacrau
20h     Kaos Urbano
20h30 Anti-Parasitas
21h     Protesto Suburbano
21h30 Pacto Social
22h     Sem Nada
22h30 Espermogramix
23h     Remanescentes
23h30 Cólera

LOCAL
BAR SUBÚRBIO ALTERNATIVO

Rua Iguaperiba,155, Brás de Pina, Rio de Janeiro-RJ
Referência: Passarela 17 da Avenida Brasil..

Lock Up anuncia som inédito nas redes sociais e data para novo disco

(Divulgação)
Caos sonoro. Assim é a definição da faixa Mindfight, anunciada pelo quarteto de grindcore Lock Up nesta quinta-feira, 8. O som fará parte do novo álbum Demonization, com previsão de lançamento para março de 2017 nos formatos digipack, LP e digital.  A gravadora francesa Listenable Records será responsável pelos materiais.

Composta por um time de peso, dentre eles o lendário baixista do Napalm Death Shane Embury, o guitarrista Anton Reisenegger, o baterista Nikolas Baker e o ex-vocalista do Brutal Truth Kevin Sharp, Lock Up terá em Demonization seu quarto álbum de estúdio nesses 18 anos de existência. O último álbum de inéditas foi Necropolis Transparent, em 2011. No mesmo ano também lançaram Thus  the Beast Decapitated em split com Misery Index e em 2013 o single Infinite in Its Nothingness.

CONFIRA ABAIXO MINDFIGHT


Dorsal Atlântica anuncia campanha para financiamento do novo disco 'Canudos'

Claudio Lopes, Carlos Lopes e Hardcore (Foto: Sérgio Filho)
Os fãs da Dorsal Atlântica poderão apoiar a banda a lançar Canudos, seu décimo álbum. O vocalista Carlos Lopes lançou nova campanha de financiamento coletivo para buscar recursos para ensaiar, gravar, mixar, masterizar, prensar e enviar os CDs aos apoiadores. O valor mínimo é de 50 reais e a meta a ser atingida é de 30 mil reais.

Desde que voltaram a lançar materiais inéditos, há quatro anos com o disco 2012, a banda vem apostando no sistema de financiamento coletivo para angariar capital para produzir seus materiais de forma independente. Anteriormente a banda apostou no prazo de arrecadação de dois meses, mas para Canudos optaram por um prazo estendido de seis meses a um ano.

Caso o valor arrecadado supere a meta, a banda promete enviar outras recompensas aos colaboradores, incluindo camisas, DVDs e outros brindes. A estimativa é de que o envio do novo CD aconteça em agosto de 2017.

O novo álbum da Dorsal Atlântica tem como pano de fundo a revolução na cidade de Canudos, interior da Bahia, no século XIX. O objetivo é desmistificar Antônio Conselheiro como um fanático religioso monarquista que estaria na contramão do progresso, segundo a imprensa da época. Relatos históricos apontam que Conselheiro teve papel importante para sertanejos, camponeses, índios e escravos recém-libertos no sertão.

Após 2012, a banda lançou Imperium, em 2014, e no início deste ano lançaram o single O Retrato de Dorian Gray, em formato CD e limitado em mil cópias. Neste artefato também estão incluídas a regravação da música Guerrilha e uma entrevista com o compositor, guitarrista e vocalista Carlos Lopes.

Para ser colaborador, CLIQUE AQUI

Veja o vídeo gravado por Carlos Lopes anunciando a campanha.


Bandas e músicos de som extremo se solidarizam após tragédia em voo da Chape

O acidente envolvendo o avião que levava a delegação da Chapecoense, além de jornalistas, um convidado e tripulantes, na noite desta terça-feira, 29, em Medelín, Colômbia, causou imensa comoção não só no Brasil, mas também no mundo. Bandas e músicos do som pesado ou extremo do undergound brasileiro, prestaram suas condolências aos familiares das vítimas e torcedores do clube catarinense.

A Chapecoense iria jogar sua primeira partida da final da Copa Sul-Americana, nesta quarta-feira, 30, contra o Atlético Nacional, da Colômbia. Segundo informou as autoridades colombianas, 71 pessoas foram vítimas fatais da tragédia. Seis pessoas estão entre os sobreviventes, incluindo três atletas, um jornalista, uma comissária de bordo e um técnico de aviação.

As bandas brasileiras Sepultura e Krisiun usaram seus perfis oficiais no Facebook para prestarem seus sentimentos perante a tragédia. Ambos postaram uma imagem com o escudo do clube em preto e branco, com a palavra "Luto" em destaque, junto a #ForçaChape. Fãs de todo o mundo corresponderam com mensagens de apoio.
 
Postagem do Sepultura (Reprodução)
Homenagens também partiram do undeground. Wilson Vieira, guitarrista da lendária banda carioca Gore, de Goregrind, publicou em seu perfil pessoal sua mensagem de apoio:

"Como amante do futebol que sou, fica aqui minha breve homenagem ao torcedores, amigos e familiares de todas as vidas que se foram nessa tragédia imensurável. Descansem em paz!!!"

Alexandre Chacal, vocalista do Thrashera e editor do Metal Reunion Zine, fez um desabafo e prestou seu respeito às vítimas e aos familiares:

"Lamentável o acidente de avião. A existência é uma piada mesmo. Com tanta gente ruim fazendo hora extra no mundo... Enfim, meus pêsames às famílias".

Armando Beelzeebubth, da banda de Black Metal Mystifier, foi breve em sua mensagem em seu perfil pessoal:

"Meus pêsames aos torcedores, amigos e familiares".

A banda de grindcore Baga ,através de seu guitarrista Rovane Rodrigues, manifestou sua solidariedade lembrando os jornalistas da FOX Sports e atletas que passaram pelo Internacional, seu clube de coração.

Mensagens também partiram do movimento punk, com Caleb Macedo, um dos responsáveis pelo coletivo Crust or Die, sensibilizando-se em seu perfil pessoal ao se deparar com a notícia ainda pela manhã, a partir de publicações nas redes sociais.

O RUÍDOZZ

Através do seu editor João Carlos Gomes, este blog sente a perda perante a tragédia envolvendo o avião que transportava a Chapecoense, além de colegas jornalistas. Como jornalista esportivo, tive acesso e conheci alguns dos profissionais do clube e repórteres. Ficam os nossos respeitos e condolências a todos que sentiram essa perda. Aos familiares, força para se reerguer.

Banda com aproximação neonazista é impedida de tocar após protestos no Canadá

Antifacistas se organizaram pelas redes sociais para protestar contra supremacistas (Foto: Montreal Gazzete)
A banda polonesa Graveland teve seu show cancelado após protestos de grupos antifascistas em Montreal, Canadá. A apresentação seria no festival Messe Des Morts, neste sábado, 26. De acordo com a imprensa local, dezenas de pessoas se aglomeraram próximas a casa de shows onde aconteceria o evento.

O motivo da manifestação era por conta do posicionamento simpatizante ao nazismo da banda, tendo como alvo o líder e fundador do Graveland, Robert Fundali, também conhecido como Rob Darken. É comum em entrevistas ele mencionar sua admiração por Adolf Hitler e ideias de supremacia racial.

A organização do festival emitiu nota informando que houve confusão entre manifestantes e espectadores do evento, e cancelou alegando “falta de segurança”.

Apesar do Brasil ter leis contra o racismo e a apologia ao nazismo, uma loja de discos anunciou que está organizando um festival com o Graveland, em maio de 2017, em São Paulo, conforme publicou RUÍDOZZ.

Produtora anuncia show de banda com aproximação neonazista em São Paulo

No centro Rob Darken; quinto integrante usa camisa com sol negro, símbolo usado por grupos neonazis (Divulgação)
A loja de discos Hammer Of Damnation publicou em sua página oficial no Facebook, um cartaz anunciando o show da banda polonesa Graveland, em São Paulo, no dia 21 de maio de 2017. O evento é batizado de Hammer Of Damnation Fest, conforme o nome da loja. Também dividirão o palco com os poloneses as bandas brasileiras Iron Woods, Sigfadhir e Walsung.

Graveland é conhecido por associação ao nazismo. O líder e fundador da banda Rob Darken, de 48 anos, costuma dar declarações favoráveis a Adolf Hitler.

Anúncio feito pela organização do show
- Eu respeito Adolf Hitler por todos os seus grandes feitos contra o mundo judaico-cristão. Tenho muitos amigos nazistas e eu os apoio. Muitas pessoas chamam o Graveland de banda nazista. Não tenho nada contra. Eu penso que o movimento Nacional Socialista é uma das maneiras de salvar o nosso mundo. O paganismo e o nazismo têm muitas ideias em comum. O Graveland sempre teve problemas por causa de nossas ideias extremas, mas eu nunca tive medo de mostrar o que eu penso. Agora o movimento N.S. tem inspirações da crença pagã e mitologias porque a fé é uma grande arma contra todos os inimigos da raça branca – declarou Darken ao zine Empire of Hate.

Em 2008, a Alemanha proibiu a venda de quatro álbuns do Graveland alegando ser "inseguro para os jovens". Na Europa, o Graveland foi vetado de se apresentar ao vivo, conforme a banda publicou em resposta a um fã na sua página oficial. 

Após a banda publicar sobre o tour latino, fã pergunta sobre possibilidade de concerto na Europa (Reprodução)

Vale ressaltar que no Brasil apologia ao nazismo é crime, conforme prevê o artigo 20 da Lei 7.716/89. Se condenado, o acusado pode ficar de dois a cinco anos preso e também paga multa.

Os CDs, LPSs e outros produtos de merchandising do Graveland são vendidos normalmente no Brasil. 

Na América Latina, também estão marcados shows na Guatemala, El Salvador, México, Colômbia, Peru, Chile e Argentina.

Filosofia, Chernobyl, URSS, aliens. Retrofuturismo mexicano do Equinoxious se apresenta no Rio

Rogelio Serrano (Divulgação)
A noite desta sexta-feira, 25, promete uma viagem sonora em meio a sintetizadores e muito retrofuturismo. Quem vai proporcionar isso é o Equinoxious, projeto de synthwave do mexicano Rogelio Serrano que está no Brasil em turnê. Ele se apresenta no Les Cadavres - Synth Edition, que acontecerá a partir das 21h, no Estúdio Hanoi, em Botafogo. Além do Equinoxious, se apresentam Anvil FX, de São Paulo, e Cubüs, do Rio de Janeiro.  

Equinoxious passa pelo Brasil para divulgar seu recente lançamento Amplitud Nuclear, que foi lançado em formato LP. Rogelio Serrano contou ao RUÍDOZZ que o seu novo disco propõe um experimento com mais uso de sintetizadores e até uma viagem a um período tenso da história recente.

- O tema do novo LP centra-se na questão da energia nuclear e a devastação causada pelo acidente histórico, como o caso do reator 4 de Chernobyl, em Pripyat. Ao contrário de trabalhos anteriores, o novo álbum está focado mais no design do som do que na melodia. Mais sintetizadores foram usados, em comparação a discos anteriores – conta Serrano.

- Equinoxious é uma mistura de vários elementos de ficção científica. Eu gosto de ler pseudociências focadas em teorias criacionistas alienígenas, como O Livro Perdido de Enki, do Zecharia Sitchin. Da mesma forma, a cultura dos sumérios e alguns outros livros como o Bhagavad-Guitáa e Srimad Bhagavatam. Em suma, eu sou fã da teoria dos antigos astronautas e isso se reflete nas minhas músicas e letras – explica.

Com 24 anos e marxista-leninista convicto, Rogelio tem como principal fonte de inspiração o filósofo chileno Vicente Huidobro. Aprofundado em estudos de filosofia, seu conhecimento torna-se a máquina que move o Equinoxious, propondo, inclusive, uma reflexão acerca da criação.

- Vicente Huidobro foi um poeta associado com artistas como Guillaume Apollinaire, André Breton, Jean Cocteau etc. Lançou as bases do criacionismo e rejeitou os surrealistas, onde seu postulado foca em um ditado do subconsciente para rejeitar o que foi colocado na posição de um deus. O trabalho de Huidobro, especialmente Altazor, influencia minhas letras e aborda principalmente questões como a alquimia e astrologia – diz.

- Movimentos de vanguarda soviética aplicadas à corrida espacial soviética também são fontes frequentes de inspiração, inclusive cartazes relacionados com o desenvolvimento tecnológico de foguetes e ilustrações de satélites da União Soviética – continua.

Rogelio explica que teve contato com seu primeiro sintetizador aos 14 anos, quando escutou o disco Equinoxe, do francês Jean Michel Jarre. Estudando piano ele se interessou em criar suas próprias composições, revelando também sua preferência por sintetizadores analógicos.

- Os sintetizadores analógicos oferecem controle direto para a criação de sons desde a sua fase inicial. Isso gera uma categoria criativa maior quanto a originalidade da música, evitando usar o preset, que a maioria dos sintetizadores digitais possuem. Sempre existirá uma polêmica entre o digital e o analógico. Ambos são bons, mas também utilizo meios digitais, principalmente para gravar e mixar as minhas músicas – esclarece Rogelio.

SERVIÇO

Les Cadavres - Synth Edition – 21H
Estúdio Hanoi
Rua Paulo Barreto, 16, Sobrado, Botafogo, Rio de Janeiro-RJ

Ingressos: R$20


Regorge, banda de Brtutal Death Splatter do RJ, anuncia primeiro álbum

Regorge: Marcelo Putrid, Alex Morbid Grinder, Maza, Índio Larock e Beto Demented (Foto: Divulgação)
Após 15 anos de estrada, a banda carioca Regorge anuncia o lançamento do seu primeiro full length intitulado  Devoured by Parasites. A previsão é de que o material seja distribuído entre janeiro ou fevereiro de 2017. A banda segue finalizando as gravações do instrumental em estúdio próprio e vai incluir os vocais no Estúdio do Pereira, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

O álbum contará com 10 faixas, entre músicas inéditas e duas composições antigas que foram lançadas nas demos The Cannibal Instinct, de 2003, e Living on Torment, de 2011, os dois únicos registros da banda até o momento.

- Estamos vendo alguns selos que se mostraram interessados em lançar nosso material, agora é só esperar. Também regravaremos duas músicas antigas nossas: Against The World e Lord of The Lost Souls. Nosso álbum Devoured by Parasites virá bruto e doentio - adiantou o vocalista Marcelo Putrid.

O Regorge tem influências de bandas clássicas como Carcass, Suffocation, Monstrosity, até revelações como a one-man-band Putrid Pile. Atualmente o line up do Regorge conta, além de Marcelo Putrid no vocal, Indio Larock e Alex Morbid Grinder dividindo as guitarras, Maza no baixo e Beto Demented na bateria.

Regorge disponibilizou algumas faixas de gravações antigas na rede para apreciação.

Faixas Lord of the lost souls e Victims of suffering extraídas da demo The Cannibal Instinct

Faixa Against The World ao vivo no estúdio em dezembro de 2015




Festival de filmes anarquistas divulga programação; ocupações em escolas serão debatidas

A organização do Festival do Filme Anarquista e Punk de São Paulo divulgou nesta segunda-feira, 21, a programação completa dos filmes e atividades que farão parte do evento. Marcado para acontecer nos dias 3 e 4 de dezembro, a quinta edição reunirá 34 filmes entre curtas e longas-metragens dos mais variados temas, e haverá espaço para falar das ocupações escolares promovidas pelos estudantes secundaristas, além de oficinas, feira e exposições.

O curta Acabou a Paz, isto aqui vai virar o Chile! – Escolas Ocupadas em São Paulo, de Carlos Pronzato e Lucas Duarte, abre a mostra a partir das 14h do sábado. Alguns temas serão divididos em sessões, com a exibição de um ou mais filmes, sendo separados em Escolas em Luta I; Anarquismo e Repressão; Hacktivismo; Anarquismo na América Latina; Mulheres, lutas e subjetividades; Escolas em Luta II; Revolução Curda; Ficções e Realidades; e Gentrificação e Luta Por Moradia.

Festival vem crescendo desde seu início em 2011 (Foto:Elaine Campos)
As oficinas serão voltadas ao público feminino, tendo espaço também para as transexuais. Na primeira, no sábado, será feita uma introdução ao cinema com a oportunidade de criar um roteiro e um filme entre as participantes. No mesmo dia, está planejada outra oficina voltada para uma conversa sobre a autonomia e saúde da mulher, já no domingo a oficina será voltada para as técnicas de captação de áudio para o audiovisual.

O espaço de debates terá um evento por dia, sendo o primeiro voltado ao hacktivismo. Já no domingo a estudante Lilith Cristina Passos e a diretora cinematográfica Beatriz Alonso, conversarão sobre as ocupações das escolas que tomam conta do país.

Debate entre os participantes (Foto:Elaine Campos)
Completa o festival a Feira de Materiais Libertários, que será o espaço para venda, distribuição ou troca de livros, filmes, materiais libertários e culinária vegana. Uma boa notícia aos expositores e a quem se interessar fazer parte da feira, é que a organização ainda está aceitando inscrições. Basta enviar um e-mail para: festival@anarcopunk.org

O V Festival do Filme Anarquista e Punk de São Paulo acontecerá no Centro Cultural da Juventude, Avenida Deputado Emílio Carlos, 3641 - Vila Nova Cachoeirinha – SP.

A programação completa pode ser vista clicando AQUI
Para baixar a versão PDF para impressão, basta clicar AQUI


Ruídozz prepara lista de sons para Donald Trump

O republicano Donald Trump venceu as eleições presidenciais dos Estados Unidos e o mundo entra em um período de incertezas. O conservador magnata que teve o apoio da maioria estadunidense branca, é incisivo em seus discursos xenofóbicos, promete criar um muro que dividirá seu país do México e no dia 20 de janeiro do próximo ano presta seu juramento. Terá em seu poder códigos nucleares e as forças mais letais do paneta.

RUÍDOZZ preparou uma breve lista musical para dar as "boas vindas" ao novo líder mundial.

Brujeria - Viva President Trump!
Gravado em 16 de abril deste ano, faz parte do 7' EP homônimo, limitado em 250 cópias que também traz a faixa Pared de Muerte. A banda passou pelo Brasil este ano com a turnê "Fuck Donald Trump". .



Tronald x Dump - Hell Toupeé
Caótico trio de noisecore de New York, lançou sua primeira demo este ano. O material conta com seis faixas e nota-se influências de black metal, em algumas passagens de guitarra.


Anal Trump - That Makes Me Smart!
Primeiro álbum do duo de San Diego, Califórnia, lançado no início de novembro. Em 3 minutos, 30 faixas de sátiras a Donald Trump compõem o material. Inspirado em Anal Cunt, Travis Ryan do Cattle Decapitation e seu parceiro Rob Crow, "atualizam as configurações" de ofensas e denotam o caos neste artefato.


Napalm Death e Jello Biafra - Nazi "Trumps" Fuck Off
O lendário vocalista do Dead Kennedys, Jello Biafra, subiu ao palco em maio deste ano para passar uma nova mensagem em torno do clássico da banda Nazi Punks Fuck Off. Com o Napalm Death fazendo o som, a mensagem foi direta.



Com grindcore, metal e crust, Hell in Favela promete tocar o terror neste sábado, 5, no Rio

“O pior festival extremo do Brasil”. Assim é a chamada do Hell in Favela, evento que vai reunir 11 bandas dos mais variados gêneros entre o metal, punk e grindcore, neste sábado, 5, a partir das 15h, no bar Subúrbio Alternativo, em Brás de Pina, Zona Norte. O line up contará com as bandas cariocas Bongatron, Tyranno, Kahbra, Total Silence, Nardones, Baga, Vingador, Armageddon Deathmaster e Pós-Sismo. Também completarão as apresentações as bandas Social Chaos e ParanoiAse, de São Paulo.

Em contraste ao festival Hell in Rio, que acontecerá simultaneamente no Terreirão do Samba e reunirá bandas populares dentro da cena rock e metal como Sepultura, Angra e Korzus, quem não tiver como desembolsar entre 80 e 240 reais ou até mesmo preferir uma vibe mais underground, terá no Hell in Favela a alternativa de curtir um rolé dentro de suas próprias limitações, pois não haverá cobrança de ingressos e será por contribuição voluntária, além é claro, de contar com cervejas e outras bebidas a preços acessíveis e tira-gostos diversos.

Um dos organizadores do evento, Daniel Moreira, da produtora Verme do Mangue, afirma que a ideia partiu de Rovane Rodriguez, da Matador Fest, e foi ganhando vida por meio da agitação via mídias digitais.

- De início iríamos fazer um fest com bem menos bandas, mas daí vimos que surgiu o Hell in Rio, festival grande cheio de pompas, e então resolvemos fazer nada mais que uma paródia com o nome, da nossa maneira. O DJ Terror abraçou a ideia e cedeu o Subúrbio Alternativo, aumentando, inclusive, o número de bandas que costumam tocar por lá – conta Daniel, que deixa claro:

- Não queremos competir com o Hell in Rio, não estamos querendo criar rixas e tretas e nem queremos interferir na liberdade individual de ninguém. Estamos apenas celebrando o underground como sempre fizemos, organizando gigs, trazendo bandas de fora e movimentando a nossa cena. Nesta primeira edição estamos damos ênfase às bandas do Rio, sendo que apenas duas serão de fora – complementa Daniel.

Além da apresentação de bandas, a organização pede que, se tiver banda, distro ou estamparia, leve materiais para vendas, trocas ou doações. Haverá também sorteios de CDs, camisas e adesivos, e pede-se apoio na contribuição voluntária para arcar com as despesas com músicos.

SERVIÇO
HELL IN FAVELA
Sábado, 5 de novembro de 2016, a partir das 15 horas
Entrada franca com oportunidade de contribuição voluntária

BANDAS E HORÁRIOS

16h às 16h30 – BONGATRON (RJ) sludge /doom
16h45 às 17h15 – TYRANNO (RJ) death metal old school
17h30 às 18h00 – KAHBRA (RJ) goat rock
18h15 às 18h45 – PARANOIASE (SP) metalpunk
19h00 às 19h30 – TOTAL SILENCE (RJ) crustcore /d-beat
19h45 às 20h15 – NARDONES (RJ) horrorpunk
20h30 às 21h00 – BAGA (RJ) grindcore
21h15 às 21h45 – VINGADOR (RJ) heavy thrash metal
22h00 às 22h30 – ARMAGEDDON DEATHMASTER (RJ) speed metal
22h45 às 23h15 – SOCIALCHAOS (SP) crustcore/grindcore
23h30 às ???? – PÓS-SISMO (RJ) crustcore /d-beat

LOCAL
BAR SUBÚRBIO ALTERNATIVO

Rua Iguaperiba,155, Brás de Pina, Rio de Janeiro-RJ
Referência: Em frente a passarela 17 da Avenida Brasil, entre o conjunto residencial e a G. Silva

Qualquer linha de ônibus PARADOR que passe na Avenida Brasil ou a linha 905 (Bonsucesso - Irajá). Para a segunda opção, desça na Picanha Ourique.

De metrô, desça na estação Vicente de Carvalho e opte pela kombi que faz a linha Reginas - Shopping Carioca.

ORGANIZAÇÃO

Festival que reúne filmes anarco e punk em SP, tem data divulgada

Mostra realizada em 2013, em São Paulo (Foto: Elaine Campos)
O 5º Festival do Filme Anarquista e Punk de São Paulo 2016 acontecerá na Zona Norte da cidade nos dias 3 e 4 de dezembro (sábado e domingo). A informação foi divulgada pelo Coletivo Festival do Filme Anarquista e Punk (SP), que ainda aguarda os últimos detalhes para anunciar a programação completa das produções audiovisuais que serão apresentadas.

Importante difusor da cultura libertária, o festival nasceu em 2012 a partir da inspiração da cultura anarcopunk de fora do país, que fazem este trabalho desde os anos 1970. Tendo firmado um compromisso anual desde então por aqui, em 2016 o coletivo responsável ampliou sua atuação e levou o festival para outros estados brasileiros, tendo passado por Goiânia (GO), Taguatinga (DF), Salvador (BA), Natal (RN) e São Luís (MA).

Nos locais que passaram, o coletivo itinerante também promoveu debates que pautaram feminismo, veganismo, dentre outros temas importantes na manutenção da liberdade e respeito mútuo.

Nesta edição de São Paulo, a mostra acontecerá no Centro Cultural da Juventude, Avenida Deputado Emílio Carlos, 3641 - Vila Nova Cachoeirinha – SP.

Para conhecer mais sobre o trabalho, visite o blog: anarcopunk.org/festival

Reprodução

Baga anuncia novo som e compilação de grindcore

Humberto Batista, Bruno Borges, Rovane Rodriguez e Daniel Moreira (Foto:Divulgação)
O Baga anunciou nesta quarta-feira, 26, nas redes sociais, sua nova faixa de trabalho intitulada Supremacia Patronal.  O som faz parte do recém-lançado 4 Ways to Grind, uma compilação que reúne além dos cariocas do Baga, as bandas Plague Rages (SP), Cachorro da Duença (PE) e Nosso Ódio Irá Atacar (SP).  O material está sendo lançado em formato CD e contém 24 faixas.

- O convite para participar da compilação foi feito pela galera do Cachorro da Duença. Eles fizeram todo o corre do material e os selos foram se interessando em lançar – conta Daniel Moreira, vocalista.

O Baga disponibiliza seis faixas no material, sendo cinco inéditas. De acordo com o guitarrista Rovane Rodriguez, aponta um amadurecimento do som e propõe uma linha sonora direta e com diferenças do que foi apresentado no debut Verme, lançado em 2015.

Capa da compilação (Reprodução)
- Estamos fazendo o que sentimos falta no Verme. Na verdade sempre tentando ser mais direto e rápido possível. O processo de gravação do Verme foi lento, várias tentativas. O Verme é uma compilação de músicas feitas em quatro anos, já o material novo vem mais conciso, Fizemos as músicas num curto período de tempo, com influências mais antigas e deixando o metal um pouco mais de lado, mas está aí também – explica Rovane.

- Essas novas composições tendem para o grindcore da forma mais bruta, deixando um pouco de lado as cadências e quebradas do death metal que foram mais evidentes no último material, ou seja, um retorno às origens da banda, mas sem deixar de lado o death metal em nossas músicas. Quanto às letras, os temas são mais atuais, abrangendo pautas como o desarmamento, o eterno conflito nas demarcações de terra no Brasil, o conformismo e o desânimo cada vez mais evidentes em nosso dia a dia - completa Daniel.

HOMENAGEM PÓSTUMA

Antônio Ambrózio
A compilação 4 Ways to Grind também traz um tributo ao ex-baixista e vocal do Plague Rages e ex-guitarrista do Baga, Antônio Ambrózio, falecido em 2015, aos 30 anos. Das seis faixas disponibilizadas pelo Baga, uma será dedicada ao ex-músico com o som Injusta Exclusão dos Países Famintos, composto por Ambrózio.

4 Ways to Grind está sendo distribuída pelo país e mundialmente pelos selos Positive Noise, Cabra da Peste, Poeira Maldita, ResistênciaUnderground, Libertinus, Camarão Grind, Three Muthafuckas, Goregrindnoise Distro e Ovelha Negra. Também é possível adquirir com as bandas em shows e por meio de suas páginas oficiais no Facebook.



Bandcamp Baga
Bandcamp Plague Rages
Bandcamp Cachorro da Duença
Bandcamp Nosso Ódio Irá Atacar

Fogo em igrejas, suicídio e assassinatos. Período sombrio do black metal norueguês vai virar filme

A banda Mayhem, do filme Lords of Chaos (Reprodução)
O sueco Jonas Åkerlund, conhecido por produzir videoclipes de Madonna, Lady Gaga, inclusive o aclamado "Lemonade" da cantora Beyoncé, firmou parceria com os estúdios FOX e outras produtoras para dar andamento à produção do filme "Lords of Chaos", inspirado no livro homônimo, que narra fatos do período do Inner Circle norueguês nos anos 1990, que desencadeou uma série de incêndios em igrejas, violência, suicídio e o assassinato do guitarrista Øystein Aarseth, o Euronymous do Mayhem, por Varg Vikernes.

Jonas Åkerlund também foi baterista do Bathory, entre 1983 e 1984, chegando a gravar a faixa The Return of Darkness and Evil, que faz parte da coletânea Scandinavian Metal Attack.

De acordo com o site Deadline, o filme conta com Rory Culkin, irmão mais novo de Macaulay Culkin, interpretando Varg Vikernes, e a cantora pop Sky Ferreira, interpretando a perfeita de Oslo na época Ann-Marit Sæbønes. Os atores Valter Skarsgård, como Bård Faust, baterista do Emperor, e Jack Kilmer, como Dead, também estão confirmados no projeto.

O longa foi escrito pelo próprio Jonas Åkerlund em parceria com Dennis Magnusson, do filme “Inferno na Ilha”, tendo como enredo a história da banda Mayhem, que se tornou notória por conta de suas atitudes de adorar Satã, queimar igrejas, promover caos social e situações bizarras.

Um dos casos bizarros aconteceu em 1991, quando o vocalista Per Yngve Ohlin, o Dead, se suicidou aos 22 anos. Euronymous, ao invés de comunicar à polícia, comprou uma câmera descartável e fotografou o corpo. A foto vazou e se tornou capa de um bootleg pirata intitulado The Dawn Of The Black Hearts. Dois anos depois,Varg Vikernes, do Burzum, assassinou Euronymous com 23 facadas, alegando que o guitarrista tramava matá-lo.

Outro caso no mesmo período foi o assassinato de um homossexual por Bård Faust, ato elogiado pelo baterista do Mayhem Jan Axel Blomberg, no documentário "Until the Light Takes", de 2008. Blomberg é conhecido também por ter feito parte da banda gospel Antestor e por declarações racistas e homofóbicas.

O Mayhem acaba de passar pelo Brasil em turnê.

Whipstriker se prepara para novo tour pela Europa e quebra mitos sobre cena estrangeira: 'Brasil é muito superior'

Nome forte quando se fala de undergound, Victor Whipstriker fez comparativo entre cenas, desafios de viagens e surgimento da União Headbanger

Aos 31 anos Victor Vasconcellos se prepara para levar o Whipstriker a seu terceiro tour pela Europa, de 3 a 27 de novembro. Aproveitando para divulgar o álbum Only Filth Will Prevail, lançado em julho deste ano pela Morbid Tales e Sound Hell Distro no Brasil, e PRC Music no restante do mundo, serão dez países a percorrer. Com ele também irá a banda Apokalyptic Raids, que vai para a sua segunda viagem pelo Velho Continente. 

Victor Whipstriker ( Divulgação)
Com idéias convictas e direto ao assunto, Victor  reforça o coro de pessoas que lutam pela manutenção do undergound no Rio de Janeiro. Se apresenta em diversas bandas além da Whispstriker, dentre estas Farscape e Atomic Roar. Criou um projeto de Black Metal com influências de Von, chamado Kuld, e também já fez participações ao vivo com Toxic Holocaust e os paulistas do Power From Hell. Victor Whipstriker é autor do livro "A Geografia do Subterrâneo" - Um estudo sobre a espacialidade das cenas de Heavy Metal do Brasil e um dos fundadores do coletivo União Headbanger, que mudou a cara da organização de eventos no Brasil, há dois anos.

Whisptriker conversou com RUÍDOZZ sobre o que espera por lá. Experiente, acredita que deve passar pelas mesmas dificuldades que encarou noutras vezes, e não poupa palavras quando questionado sobre as expectativas em voltar.

- Qualquer membro de banda, quando perguntado sobre as expectativas de um tour, responderá que estão esperando grandes shows, boa receptividade, etcetera. O mais interessante seria dizer a verdade, ou seja, como as coisas funcionam de fato - antecipa.

Cartaz do tour na Europa (Divulgação)
- Já fizemos dois tours pela Europa e minha expectativa para essa é que aconteça como da última vez. Em dias de semana, os shows são para uma média pequena de pessoas. É comum em uma quarta-feira tocarmos para 50 a 80 pessoas. Aos finais de semana a média cresce para 120. Não há grandes shows e grandes multidões. Se uma banda underground disser o contrário, ela estará mentindo com intuito de valorizar sua banda, com intuito de parecer maior do que é. Falo isso porque vejo muitas entrevistas onde percebo claramente que o entrevistado está mentindo tentando mostrar como sua banda é grande - revela.

Analisando os dois lados, tanto o do público quanto o do organizador, Victor faz um paralelo comparativo entre a cena do Brasil em relação à Europa e Estados Unidos, este último por onde passou há um ano.

- O diferencial da Europa, assim como nos EUA, é a infraestrutura dos shows e o poder de compra dos headbangers. As casas de show tem sempre uma boa estrutura de som, alimentação, hospedagem. O público pode ter um poder de compra maior do que no Brasil, e acaba consumindo mais materiais também - explica Victor, deixando claro:

- É ralação! São horas e horas dentro da Van, shows todos os dias, diarreia, ressaca. As pessoas que reclamam da cena do Rio de Janeiro, por exemplo, fazem isso com a falsa idéia de que nos outros países do mundo as coisas funcionam diferente. Repito: o que é diferente é a infraestrutura e o poder de compra. O Brasil, em termos de shows selvagens, é muito superior - admite.

INDEPENDÊNCIA E RECONHECIMENTO

Sair do país para tocar pode não ser tão difícil quanto parece. Ao menos para Whipstriker essa barreira já foi quebrada desde 2011. Anualmente o baixista e compositor tem aproveitado para ultrapassar o maior número de fronteiras possíveis.

- Se alguém pensa na Europa como algo impossível, está errado. Até porque existem muitas empresas que podem marcar os shows para a banda. Fatalmente a banda vai sangrar em uma grana violenta, mas se pagar vai tocar. Eu nunca paguei a nenhuma agência. Eu mesmo marco todos os shows e nós alugamos a Van e o equipamento da Agipunk Records, da Itália. Nos EUA nós fomos convidados, então também não marquei nenhum show. Quem quiser ir, basta juntar dinheiro para pagar uma agência ou ter disposição e paciência para marcar sozinho. Eu gosto de fazer esse trabalho de booking, então faço por conta própria e ainda economizo dinheiro - conta.

Victor Whipstriker em tour nos Estados Unidos, em 2015 (Arquivo  Pessoal)
A flexibilidade de ser one-man-band também auxilia Victor a sair mundo afora com seu Metalpunk. Geralmente Whisptriker se funde com as cenas locais e o músico agrega interessados em tocar com ele para seguir o tour pelo país que visita.

- É muito difícil conciliar o tempo e a disponibilidade de vários membros. No tour em 2014 tocamos com um baterista francês, o Kev Desecrator. Nos EUA, além do Kev na bateria, tocamos com um guitarra americano, o Tony, e o Rodrigo, que é membro da banda. Em novembro voltaremos à Europa com a mesma formação dos EUA, porém com o Hugo, do Cemitério, na bateria. O Hugo é amigo de longa data e já excursionou comigo quando tocamos no Toxic Holocaust em 2006 e com o Farscape em 2008. Além disso, foi ele quem gravou a bateria do novo álbum.

ESTUDO APROFUNDADO E COLETIVISMO COMO BASE

A dedicação à música pesada não se resume apenas em bandas e produção de eventos. Victor Vasconcellos, mestre em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e servidor público na Biblioteca Nacional, também entrou de cabeça para compreender a importância dos espaços de sociabilidade para a manutenção e surgimento da cena Heavy Metal. No livro "A Geografia do subterrâneo", lançado pela editora Novas Publicações Acadêmicas, de Portugal, ele também se aprofunda em como os grupos urbanos estão organizados pelo Brasil. Em uma extensa pesquisa de campo entre 2010 e 2012, Victor percorreu nove cidades brasileiras: : Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Salvador (BA), Aracaju (SE), Maceió (AL), Recife (PE), Campina Grande (PB), João Pessoa (PB) e Natal (RN).

Em seu livro, Victor Vasconcellos aponta como as cenas de Heavy Metal no Brasil se distribuem. (Divulgação/FBN)
Apesar de sua pesquisa, Victor explica que diretamente não houve qualquer relação deste estudo com a criação da União Headbanger, que na verdade surgiu através de encontros sociais em um famoso bar voltado ao rock e derivados, na Zona Norte do Rio.

- Esse foi o trabalho que fiz para a minha dissertação de mestrado. Isso não influenciou em nada na formação da União Headbanger. O coletivo surgiu no final de 2013, após um show no (bar) Subúrbio Alternativo. Eu e Rodrigo (Lástima) estávamos conversando sobre a importância dos encontros semanais que ocorriam na Rua Ceará muitos anos antes. A cena era movimentada através das noites de sábado na Rua Ceará e no Garage. Não precisava marcar encontros, bastava ir na Rua Ceará para encontrar com todos. A idéia era criar um grupo para manter essa sociabilidade e, consequentemente, a cena ativa. No entanto, a União Headbanger acabou se tornando mais um coletivo voltado para organização de shows. Fizemos cerca de 70 eventos desde que começamos.

Para conhecer mais o trabalho de Whipstriker, ele disponibiliza sua discografia no Bandcamp Oficial da banda, incluindo o atual álbum na íntegra. Conheça as demais bandas e projetos com Victor Vasconcellos:

Farscape
Bandcamp Oficial: farscape666.bandcamp.com
Facebook Oficial: facebook.com/farscape666

Diabolic Force
Facebook Oficial: facebook.com/Diabolic-Force-904653226214486

Atomic Roar
Reverbnation Oficial: reverbnation.com/atomicroar
Facebook Oficial: facebook.com/atomicroar

Kuld
Bandcamp Oficial: kuld.bandcamp.com
Facebook Oficial: facebook.com/kuld666

Para adquirir o livro “Geografia do subterrâneo” – um estudo sobre a espacialidade das cenas Heavy Metal do Brasil, em formato PDF, o autor disponibiliza gratuitamente no link a seguir: http://bit.ly/2dWVqyO


Virada Cultural paulistana anuncia atrações do Palco Test

Test em ação (Foto: Samuel Esteves)
A Virada Cultural 2016 terá reduções,  mas que não afetarão o Palco Test, direcionado à música extrema. Com programação musical por toda a cidade de São Paulo nos dias 21 e 22 de maio (sábado e domingo), neste ano o espaço reservado ao undeground foi, inclusive, ampliado de dois para três palcos, sendo Kombi, Tablado e Tenda Experimental. Os palcos ficarão na Rua Santa Efigênia, Centro, com atrações a partir das 22h40 até o amanhecer. Será a 12ª edição do evento realizado pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo 

Além da tradicional apresentação do Test, farão parte do cast os cearenses do Facada, os cariocas do Uzômi e do Baga, o Plague Rages, Cruel Face, D.E.R, dentre outras pedradas de grind, doom, até o noise perturbador do RG Noise City.

Desde a edição de 2014, o Palco Test passou a fazer parte da programação do evento. O Palco Test partiu da iniciativa de João e Barata, ambos da banda Test, por conta do tradicional ritual de parar sua Kombi no Centro de São Paulo para tocar grind ao ar livre.  Antes, por dois anos seguidos, eles organizaram eventos, com bandas na mesma linha sonora, simultâneos com a Virada Cultural.

Anteriormente RUIÍDOZZ informou que a banda carioca Lástima se apresentaria, conforme a organização publicou em seu site oficial. Devido a contratempos, a banda deu lugar ao Baga, grindcore do Rio de Janeiro. Notícia atualizada às 16h40, de 14 de maio de 2016.

Confira a programação:

Palco Tablado

22h40 - Letall
23h20 - Basalt
00h - Uzômi
0h40 - Paura
01h20 - Rakta
02h - Facada
02h40 - Hauser
03h20 - Institution
04h - Os Capial
04h40 - Jupiterian
05h20 - Urutu
06h - Downhatta

Palco Kombi

23h - Cristo Bomba
23h40 - New York Against the Belzebu
0h20 - CR13
01h - Cruel Face
01h40 - Baga*
02h20 - Guru
03h - Plague Rages
03h40 - N.O.I.A.
04h20 - Paranóia Oeste
05h - Fit of Rage
05h40 - Sistema Sangria
06h40 - D.E.R.
07h - Test

Palco Tenda Experimental

22h40 - Duo Mutual
23h20 - BLOCO
00h - Mauna Kea
00h40 - Miazzo
01h20 - Ajax Free
02h - PEDESTRE
02h40 - G.Paim
03h20 - OXE
04h - Bernardo Pacheco Improvisação
04h40 - RG Noise City

Para maiores informações, visite o site oficial da Virada Cultural viradacultural.prefeitura.sp.gov.br

Total Silence leva d-beat para mini-tour no Chile

A banda de Duque de Caxias Total Silence embarca nesta quinta-feira, 12, para cinco shows no Chile. Encabeçada por Güilë Lundström, na mesma quinta tocam na capital Santiago, em seguida partem para as províncias da região de Biobío, apresentando-se na sexta (13) em Curicó, no sábado (14) nas províncias de Los Angeles e Chillán, e no domingo (15) fecham a maratona em Concepcíon.

Total Silence vai para seu primeiro tour internacional (Foto: Divulgação/Total Silence)
Total Silence executa o clássico d-beat raw punk com influências fortes da brasiliense Besthöven. Nasceu como one man band e fechou uma formação para tocar ao vivo com Güilë Lundström na guitarra e voz, Diego no baixo e Raul na bateria. Recentemente lançou o álbum Mass Death and Sorrow com 14 faixas.O material está disponível no formato LP, que foi lançado pela Decapitated Records, do Rio de Janeiro, e no formato K7, lançado pela Pogohai Records, da Alemanha. Ambos os registros estão disponíveis para compra diretamente com o próprio Güilë ou entrando em contato na página oficial do Total Silence, no Facebook. A íntegra do disco também pode ser conferida online.

Facebook: totalsilencedbeat
Bandcamp: totalsilence.bandcamp.com