Black metal não surgiu para agradar. Esquecemos disso.

(Foto: Divulgação/Darkthrone)

Por vezes caímos na redundância de criar ruptura em algo naturalmente fragmentado. Se pudéssemos colocar o black metal dentro de um espectro salutar, jamais caberia. Digo isto pois há valores que acabam por moldar visões que jamais entrariam no black metal se ele parasse no tempo como em um sepulcro inócuo. Há várias negações que fazem esta cena construir seus próprios nichos na escuridão. 

Não quero entrar no mérito de dizer o que é certo ou o que é errado, porque é da individualidade do black metal que projetamos as nossas convicções. Esta parece ser a base mais complexa da discussão do comportamento ético e moral dentro da subcultura.

Se por um lado temos o black metal orgulhoso de sua ancestralidade pagã e que renega a invasão cristã como ponto focal de suas discussões, do outro há o metal negro que refuta qualquer orgulho e manifesta-se em ir contra qualquer projeção racialista. Ainda temos o black metal niilista que renega até a si mesmo e também o metal obscuro severamente depressivo que vê apenas um vácuo de melancolia na existência.

Cabe a quem insere-se nesta proposta, seja apenas como apreciador ou como propagador, escolher o que quer ouvir ou que ideia de mundo tem mais a ver com seus princípios. É a liberdade.

Black metal é um espaço de antagonistas. É esta a eterna maldição que lhe foi depositada e o torna tão morbífico.