O que é o 'Vampetaço'? Movimento invadiu a conta do Twitter de Varg Vikernes

Foto: Reprodução da Internet/TMDQA
O músico e blogueiro Varg Vikernes não aguentou a invasão de brasileiros na sua conta do Twitter e restringiu o acesso ao seu perfil nesta semana. A reação veio após o líder do Burzum postar uma lista com os países que odeia e mencionar o Brasil. 

Não bastasse isso, o norueguês ainda chamou os brasileiros de inferiores e vomitou uma série de posts racistas e intolerantes. Numa resposta bem-humorada, os brasileiros publicaram uma enxurrada de fotos e memes do ex-jogador Vampeta pelado para rebater a falta de bom senso de Vikernes. 

O primeiro registro do que viria a ser o "Vampetaço" apareceu em junho deste ano, quando o deputado bolsonarista Douglas Garcia (PSL-SP) usou as redes sociais para pedir que usuários "denunciassem", através do seu e-mail, perfis de pessoas autodenominadas antifascistas. Para surpresa dele, a caixa de entrada do endereço eletrônico foi inundada de fotos do ex-jogador pelado.

Na ocasião, o deputado estadual eleito em 2018 criou um canal de "denúncias" após um movimento de torcidas organizadas de futebol encabeçar um protesto antifascista e contra o presidente Jair Bolsonaro, em São Paulo, no dia 31 de maio. Incomodado com as manifestações, o parlamentar chamou os então torcedores de "fascistas" e disponibilizou seu e-mail oficial da Assembléia Legislativa para receber os nomes e anexar provas.

Depois desse episódio, perfis brasileiros e grupos de compartilhamento de mensagens autodeclarados conservadores, também viraram alvo das investidas que consiste em enviar fotos do ensaio de Vampeta para a G Magazine, revista voltada para o público gay, feito em 1999. 

A treta com Varg Vikernes

De acordo com site Whiplash, Kristian "Varg" Vikernes usou recentemente o Twitter para publicar uma lista com os 10 países que ele odeia e o Brasil entrou na quarta posição ao lado de nações, tais quais, Estados Unidos, Arábia Saudita, Tailândia, Polônia e Israel, que encabeça a relação.

Os brasileiros não aceitaram bem essa lista e começaram a responder Vikernes. Numa das postagens, segundo o site, ele justificou seu ódio respondendo a um internauta "O que NÃO há para odiar no Brasil? Gostaria de um Brasil completamente despovoado".

Em outras publicações Vikernes se referiu aos brasileiros usando o termo alemão Untermensch, usado pelos nazistas para definir povos considerados "inferiores". Ainda continuando a polêmica, o norueguês criticou os brasileiros por serem um povo "MUITO misturado", em referência à miscigenação racial.

Não demorou muito e a conta oficial de Varg Vikernes no Twitter, além de ser inundada de fotos de Vampeta pelado, também recebeu algumas do ator pornô Kid Bengala. 

Até o momento o Twitter não tomou iniciativas acerca das mensagens de ódio postadas por Vikernes, que, pelo que informa a política da empresa, pode violar suas diretrizes. No Youtube ele já teve a conta banida em 2019 por incitar propaganda neonazista.

DeviliveD relança primeiros EPs em CD, promete álbum completo e reafirma compromisso D.I.Y

One man band de death metal da Baixada Fluminense se destaca por nuances técnicas

A distro Underground Gräves (RJ) anunciou que vai lançar em parceria com o selo Som de Peso (RS) um material do DeviliveD em formato CD contendo 11 faixas dos sons dos EPs "Emperors of Malevolence" (2016) e "Crônicas do Necrófago" (2018). 

O projeto de death metal one mand band conduzido por Diego Lopes, traz uma proposta influenciada por The Chasm, Deicide e Incantation e, apesar de ter sido lançado primeiramente apenas em plataformas digitais, reafirma a força dos selos independentes e mantém viva a proposta Do It Yourself encrostada no underground.

Cartaz de relançamento dos EPs (Foto: Reprodução)

Até a consolidação do material físico foram longos sete anos de insistência. Para entender melhor,  RUÍDOZZ trocou uma ideia com Diego Lopes, que nos contou sobre os primeiros passos do seu projeto, planos e discutiu também impressões sobre a cena.

RUÍDOZZ: Como e quando nasceu o DeviliveD?
Diego Lopes:  A ideia da DeviliveD surgiu em meados de 2014, sendo que eram somente riffs soltos e rascunhos. Nesse meio tempo tentava formar bandas, mas por fatores diversos não davam certo e enquanto não rolava, procurei aprender a gravar em casa mesmo na expectativa de ter um lugar para registrar minhas ideias. 

No final de 2015, após ter gravado um projeto de cyber noise e ter uma certa quantidade de sons pra DeviliveD prontos, decidi gravar no meu home studio o "Emperors Ov Malevolence" que durou um mês de produção contando somente comigo para fazer tudo, já que não tinha integrantes no projeto.

RUÍDOZZ: É visto nos créditos dos materiais lançados que a bateria é programada. Foi por necessidade ou escolha? Há intenção de ter banda completa para shows?
DL: Foi por pura necessidade. Eu sempre observava a escassez de bateristas no Rio de Janeiro, ainda mais que tocassem death metal, então aprendi a programar e toquei o projeto pra frente dessa forma. Estudei muito as linhas de bateria que as bandas que me inspiram tocavam e tocam e fiz do meu jeito.

Sobre shows eu tenho intenção de fazer sim, sendo que com bateria programada, pois quero buscar uma experiência de bandas como Viral Load, Mortician e Putrid Pile -essa última que foi uma das minhas inspirações para deixar a batera programada -, mas dependendo de como tudo acontecer e surgir um batera, pode ser que role uma gig com ele.

RUÍDOZZ: O último registro faz dois anos. Há intenção de lançar algo novo, tendo em vista o lançamento dos dois EPs em material físico?
DL: De 2020 em diante estarei trabalhando em um full album, já que existem dois EPs rolando para galera sacar. Estou num processo de composição e tenho algumas ideias em mente, mas estou fazendo tudo com calma.

(Foto: Arquivo Pessoal)

RUÍDOZZ: Com a digitalização do underground, isto é, o uso massivo das plataformas de streaming, como você vê os selos de material físico hoje em dia? Ainda há espaço para divulgação ampla neste direcionamento? Como pode ser mantida essa proposta na era digital?
DL: Bom, na minha ótica os selos independentes e D.I.Y. sempre foram uma resistência que precede a era digital. Como qualquer mudança tem seus prós e contras, a meu ver a banda underground viver de venda de discos é uma ideia utópica e principalmente nessa época que até mesmo o mainstream não consegue vender como antes.

A parte boa é que há uma democratização. Eu mesmo se não tivesse como gravar meus discos num computador velho e fraco, não conseguiria pagar um estúdio de cara e demoraria muito mais tempo. Isso se deve muito a evolução tecnológica. A parte podre é sempre o comodismo em que a pessoa não quer buscar nada e simplesmente acha que o material vai aparecer do nada. Os selos têm um papel importantíssimo, pois é o reflexo de uma paixão pelo que gosta e espero que continuem aparecendo mais e mais!

RUÍDOZZ: O que de novo em som tem te chamado atenção e por que?
DL: Eu confesso que fico muito preso a discos que ouço faz tempo (kkkkk), mas tem uns sons que me chamam bastante atenção, um deles é o Execration, um death metal old school finíssimo que tem umas temáticas que me interessam e as pegadas são muito bem feitas, fora o death metal tem as bandas de crust que volta e meia saco e curto bastante também.
 
RUÍDOZZ: O metal desenhou um estigma por conta de pessoas com ideias conservadoras de direita lançando opiniões que vão contra a proposta underground. Como você vê isso e qual sua visão acerca desta ruptura no metal? É prejudicial ou necessária?
DL: Necessária, porém é necessário buscar discernimento acerca dos discursos que são exaltados no meio para que evite que sejamos usados como massa de manobra, por pessoas com pensamentos egoicos. Como já presenciei diversas vezes pessoas sendo marionetes e um sujeito ou outro cagando regra, coisa que eu chego a gargalhar mediante à situação. 

Penso que a verdade tem que ser buscada para que não sejamos vítimas disso. A liberdade está aí, estamos no underground pra buscar refúgio dessas mazelas e futilidades que a grande massa vive e não podemos nos contaminar com essas ideias tortas.

Sobre a questão do viés ideológico, eu sou totalmente avesso à politica de direita, e sobre esses "metaleiros" que apoiam aquele cara lá... Não entenderam nada do que é passado nas letras de metal.

PARA OUVIR O DEVILIVED, CLIQUE SOBRE O NOME DO EP

Denúncia contra apologia ao neonazismo tem agressão a repórter

O repórter Luís Adorno, do UOL, acusou um policial militar sem identificação na farda de empurrá-lo enquanto gravava uma confusão envolvendo um manifestante antifascista contra três jovens que ostentavam símbolos com aproximação neonazista, na tarde deste domingo (14), na Avenida Paulista.

De acordo com as imagens gravadas pelo jornalista, dois deles usavam camisas do Burzum, sendo uma delas com suásticas nas mangas. O outro estava usando uma camisa da banda sueca Watain, na qual tinha o guitarrista Set Teitan, acusado de fazer saudação hitlerista numa foto que circulou na internet em 2018.

Foto: Reprodução de vídeo

No vídeo ainda é possível ver um dos policiais militares tentando apaziguar a situação alegando ao denunciante Rafael Ferreira Souza que "democracia é isso". Após cerca de 40 segundos de gravação, o repórter alegou ter sido empurrado e na queda teve a tela do celular danificada.

- Passou três moleques com camisa nazista e a gente tentou expulsá-los, mas os policiais passaram a mão na cabeça deles. Foi quando você (o repórter) foi filmar o que estava acontecendo e chegou o policial te empurrando de propósito para não filmar - disse Rafael Ferreira Souza a Luís Adorno em vídeo publicado no UOL.

O jornalista agredido relatou ter sido orientado pela PM a fazer uma denúncia formal.

RUÍDOZZ entrou em contato com a PM de São Paulo pedindo explicações sobre a conduta do policial em não reprimir os jovens e retornaram em nota:


No Brasil apologia ao nazismo é crime, conforme prevê o artigo 20 da Lei 7.716/89. Se condenado, o acusado pode ficar de dois a cinco anos preso e também paga multa.

Abaixo o vídeo gravado pelo jornalista Luís Adorno:

Crust na tóra: Pós Sismo e Nefärioüs D-saster se unem em split

No caos da quarentena e do isolamento social, as bandas cariocas de crust Nefärioüs D-saster e Pós Sismo lançaram o split EP "Herdeiros de Uma Guerra Civil", exclusivamente nas plataformas digitais nesta quarta-feira (3).

Capa do split (Reprodução)

O material abre com a releitura de "Mate Seu Deu$", "Praga da Morte" e "Filhos do Caos", três sons antigos do Pós Sismo registrados ao vivo no festival O Recomeço do Fim do Mundo, que rolou em janeiro deste ano, em Brás de Pina, na Zona Norte do Rio. A edição ficou por parte de Bruno Borges, baterista do Baga e que comanda o estúdio Grindhouse, na Zona Portuária.

A sequência do split traz o Nefärious D-saster apresentando as inéditas "State Killing Machine" e "Cidade de Sangue". O encerramento fica por conta de "Faminto", regravação de um som originalmente lançado numa live session de 2019.

- Foi um consenso entre as duas bandas que simplesmente rolou. Esse é mais orgânico e, pela avaliação da galera, mais furioso - destacou Balthazar, vocalista da Nefärious D-saster e que também assina o layout da capa com Yuri Costa.

A parte instrumental da  Nefärious D-saster foi gravada ao vivo no Estúdio Zeus, em São Gonçalo, e os vocais foram adicionados no estúdio Grindhouse. A mixagem e masterização ficaram a cargo de Leo Crust, produtor e guitarrista do Pós Sismo.