Pacto Social conta com ajuda do Ratos de Porão para gravar DVD de 30 anos de carreira

Gabriel Alves, Bruno Borges, Wladimir,  Hell e Anderson Paulista (Foto:Divulgação)
Em 2018 se completam 33 anos de lealdade ao punk do Pacto Social, uma das primeiras bandas que ajudou a difundir este gênero subversivo e contestador na cultura carioca nos últimos anos do regime militar brasileiro. Para comemorar este marco cultural, a banda sobe ao palco do Teatro Odisséia, na Lapa, Rio de Janeiro, no dia 31 de maio para gravar seu primeiro DVD. Junto a eles, Ratos de Porão, Dops, Filhos de Inácio, Ácaros Punk e Espermogramix prometem um revival de toda uma era clandestina moldada em prol de uma extrema luta pela igualdade, com toda a dissonância e pogo necessário desta característica musical.

Com Gabriel Alves e Anderson Paulista nas guitarras, Daniel Moreira Hell no baixo, Bruno Borges na bateria e o incansável Wladimir Palmeira levando os vocais, a execução desta documentação nasce de um atraso oriundo por contratempos em torno da falta de verba para desenvolver o material. Após três anos na correria, encontraram nos amigos do Ratos de Porão a possibilidade de tirar o projeto do papel.
Folder oficial de divulgação

"A gravação deste DVD está para vir desde o ano de 2015 quando fizemos 30 anos, mas esbarrou em gente do mal que não só não ajuda como atrapalha. Aí a burguesia, como sempre, fudeu a gente e agora eu posso fazer porque a galera do Ratos (de Porão) sempre foi maneira e sempre ajudou o Pacto (Social) desde que o (João) Gordo tinha seu programa Gordo Pop Show, em 1998. Também tem o Jão, que é um grande amigo, e agora também a Erica Izawa, empresária deles, que também está ajudando muito", destaca Wladimir.

Único remanescente da primeira formação do Pacto Social, Wladimir Palmeira vive o punk na sua essência e não se contém quando precisa criticar o movimento em que está inserido. Ele também está trabalhando, junto com o jornalista Pedro Luna, o desenvolvimento uma biografia que traz polêmicas, mas que ainda não teve o título da obra divulgado. A previsão é de que o lançamento seja em setembro deste ano, juntamente com o DVD. Para Wladimir, manter a responsabilidade de elevar o nome do Pacto Social na história da cultura marginal, ainda esbarra em preconceitos de pessoas dentro da própria cena.

"Em relação à cena punk tenho muito orgulho, apesar de meia dúzia de imbecis que insistem em boicotar ou falar mentiras de muito mau-caratismo em relação a gente só porque tocamos na TV, na MTV, etc. Mas quando se fala em punk, somos referência. E como eu falo na minha biografia, também rola inveja do cara que não tem banda ou quando tem é uma banda de merda. O Pacto Social, além da estrada toda, tem três CDs lançados, quatro clipes veiculados na MTV e dois tours pela Europa. Aí é foda, mas mesmo assim a proposta está sendo mantida", dispara o vocalista, que reforça na sequência:

" O punk nunca teve apoio de ninguém, nem do próprio público que arruma desculpas gerais para não ir aos shows. E ainda tem os radicais que só atrapalham e ficam boicotando tudo e todos, mas as bandas sobrevivem. O Espermogramix, por exemplo, voltou", conclui.

Para este show, músicas que já não são executadas há tempos serão novamente incorporadas ao setlist, como Baixinho Abandonado e Ambição do Poder, do debut "Pobre Geração", de 1998. Os ingressos estão disponíveis a partir de R$40.


Onde: Teatro Odisséia, Avenida Men de Sá, 66, Lapa, Rio de Janeiro
Quando: 31/05/2018
Quanto: A partir de R$40
Classificação: 18 anos

Gore apresenta novo guitarrista em evento de extremos em São Gonçalo (RJ)

Pioneiros do goregrind no Brasil, o Gore volta a perturbar mentes neste domingo, 6, a partir das 16h no evento Sunday Gory Sunday, no Rock'n Beer Pub, São Gonçalo, Rio de Janeiro. Além de apresentar o recém-lançado split com o projeto francês Impalement Mouths Sodomy, o Gore também contará com novidade em seu line-up. Após a saída do guitarrista Wilson Vieira Will, Rovane Rodriguez - que também tocou no Baga e se apresenta com sua banda LÏXØ - é escalado para manter a técnica e indigesta sonoridade executada pelo baixista e vocalista Robot, único remanescente há mais de 20 anos - e o baterista Tetê Bloodgore.

O cast deste rolé terá ainda Maudad, Harmony Hate, Moléstia, Tormento e Distúrbio Psicótico, que está à frente da organização do show.

Fã do Gore, Rovane  falou ao RUÍDOZZ  de suas expectativas e novos rumos que a banda vai apresentar nesta nova fase. 

Como surgiu o convite e como você vê essa oportunidade de tocar na clássica banda Gore?

Rovane: Sempre fui muito fã do Gore, eles sempre foram uma baita inspiração. Quando recebi a mensagem do convite foi uma honra enorme, contei para alguns amigos próximos apenas e todos me deram os parabéns e eu sem acreditar (risos).  A ficha está caindo aos poucos, com os ensaios e o primeiro show agora. Uma pena o Will, que ficou tantos anos na banda, por motivos de mudança pra São Paulo, não poder mais continuar. Provável (certeza) que ele tenha participado da escolha também. Será bastante difícil substituí-lo e uma honra também.

O Gore está ativamente lançando novos materiais e saiu de um hiato grande que começou em meados de 2000 até se restabelecer há cerca de quatro anos. Quais planos compartilharam contigo para esta nova fase?

Bom, o plano agora é firmar a formação, pois já tem bastante material a ser lançado também até o ano que vem. Temos algumas datas já marcadas, como a volta, depois de tanto tempo, de tocar em casa (São Gonçalo) . Também teremos a honra de tocar com o Pulmonary Fibrosis - que já é uma banda amiga - o festival São Caos no final do ano e estamos fechando mais datas por agora. O plano é sem frescuras, tocar o máximo possível. A banda voltou para isto.

Tetê, Robot e Rovane
Me fale um pouco sobre seu estilo como músico do undeground, características e familiaridade com a música extrema ou anti-música.

Bom, engraçado que comecei a ouvir som extremo quando o Gore ainda estava lançando sua demo. Comecei pelo Carcass, Napalm Death e Cannibal Corpse. Em 1998 tive minha primeira banda extrema, tocávamos pouco porque o baterista foi morar em Espírito Santo, logo, tocávamos mais por lá. Éramos moleques de 15 ou 16 anos e a banda era quase cover de New York Against Belzubu e Anal Cunt. Revezávamos os instrumentos, ninguém sabia nada (risos) . Antes participei um ano da banda que hoje em dia é o Savant e fiz meus primeiros shows. Costumo dizer que antes disso eu tinha futuro rs'. Depois me envolvi mais com a cena hardcore, me mudei, fiz faculdade e voltei a tocar extremo só em 2007 no Forceps. Hoje em dia tenho meu projeto LÏXØ, toco no Furúnculo Anal, ambas de goregrind, e no Indigestu, de grind. 

O que esperar desta live do Gore em São Gonçalo, neste domingo?
Este show é muito representativo para a banda. Será a volta para casa depois de muito tempo. Todos estão muito felizes e ansiosos por isto, eu então... Será minha estréia, né?! Esperamos ver amigos de longa data, as bandas que vão tocar são todas parceiras e amigas, será uma boa festa e celebração da música extrema. Será uma barulheira só do início ao fim.

Onde: Rock'n Beer Pub, Rua Doutor Francisco Portela, 2429, Parada 40, São Gonçalo-RJ
Quando: 06/05/2018
Quanto: Grátis
Classificação: 18 anos