O Violator compartilhou um vídeo (CLIQUE AQUI PARA VER) em que o vocalista e guitarrista Pedro Poney
reforça o posicionamento da banda contra a onda conservadora que se espalha no
país. Gravado por uma fã durante apresentação em um festival em Santa Catarina, no início deste mês, no vídeo o vocalista
diz que escolheu “ficar do lado dos gays, das mulheres, dos pobres, dos
negros”. As reações do público apontaram algumas contestações que foram
sobrepostas por fãs que ovacionaram o discurso.
O
posicionamento do Violator tem causado uma ruptura entre fãs do estilo musical,
que não estão tolerando o engajamento social que os músicos têm discursado. Porém,
as letras da banda já incitavam seu posicionamento libertário desde o início,
como em sua primeira demo Killer Instinct, de 2002, em que há uma crítica na
submissão do homem perante líderes, conforme disposta na faixa Slave Machine.
Conforme os lançamentos da banda nestes 14 anos de estrada, é possível perceber um natural amadurecimento que se propôs a apontar
reais problemas em caráter mais incisivo. A capa do segundo e mais recente disco Scenarios of Brutallity, lançado em 2013, é um exemplo onde se apresenta a imagem da repressão ilustrada em
autoridades que compactuam com a violência urbana. Também há uma crítica forte ao
racismo em Colors of Hate, a sétima faixa do artefato, além de outras mensagens diretas contra as repressões da instituição policial e até mesmo uma análise sobre a visão burguesa perante a sociedade
marginalizada.
Mas ao que
parece, alguns seguidores do Violator em todo esse período nunca procuraram ver suas letras ou pesquisar as origens contraculturais do Metal e suas raízes com a cena Punk. Quando os
brasilienses postaram no perfil oficial da banda a emblemática frase
“Foda-se Jair Messias Bolsonaro”, junto a uma foto de Poney com os dedos do meio em
riste, o público fã da banda se dividiu. Bolsonaro é um dos nomes mais fortes
do conservadorismo brasileiro. Cristão, homofóbico, anti-imigrantes e popular
entre radicais de direita, o deputado federal é um dos aspirantes às eleições
presidenciais de 2018.
Desde 2015 se
vê pelas redes sociais do Violator atitudes que vão contra o poder reacionário.
Em 26 de junho do ano passado, eles também abraçaram o movimento de apoio à
luta pela igualdade de direitos e a causa do movimento de lésbicas, gays,
bissexuais e transexuais (LGBT), incluindo as cores do arco íris junto a logo da banda, em alusão à inciativa lançada pelo Facebook em meio à legalização do
casamento entre pessoas do mesmo sexo pela Suprema Corte dos Estados Unidos, e
a comemoração do Orgulho Gay pelo mundo.
Banda ironiza comentário de fã postando foto de Rob Halford, homossexual influente no Metal (Reprodução) |